Usabilidade para Aplicações Mobile: Introdução
Nesta secção, dedicada à usabilidade para aplicações mobile, vamos deixar algumas dicas e regras que temos vindo a recolher à medida que fomos ganhando experiência a desenvolver e testar aplicações para várias plataformas.
O nosso objectivo é partilhar as nossas experiências e não listar todas as regras de usabilidade para cada plataforma diferente. Para isso, recomendamos vivamente que se leiam e se sigam as recomendações de design e de interface da plataforma em que se está a desenvolver.
É possível identificar padrões em mobile?
Independentemente da plataforma, o design de interface mobile deve encontrar soluções para os problemas dos utilizadores, mais do que responder a uma lógica de produto. Isto significa defender a experiência do utilizador a todo o custo contra algumas ameaças comuns:
- navegação pouco óbvia - introduzir elementos de navegação que não falam por si;
- excesso de conteúdo - incluir a informação do desktop, sem selecionar ou prioritizar;
- funcionalidades sobrepostas - replicar o que já é feito, e bem, por outras aplicações;
- tarefas exigentes - tornar o caminho longo e penoso;
- falta de feedback - deixar o utilizador sem saber o que aconteceu;
- muitas atualizações - criar a impressão de que há demasiada coisa que precisa de correção.
Para combater estas ameaças, elaborámos um conjunto de práticas e metodologias assentes num único pressuposto: uma aplicação mobile tem de ser, em simultâneo, útil e intuitiva. Se não for útil, não há valor adicional face à concorrência e não há uma razão forte para convencer os utilizadores a fazerem download. Se é útil mas exige uma dolorosa e longa curva de aprendizagem, os utilizadores vão desistir de a usar. E muito provavelmente vão deixar registo da má experiência.
O que há de diferente nas plataformas mobile?
O contexto das aplicações mobile é muito específico - as aplicações são reunidas em lojas, de acordo com o sistema operativo para que foram criadas, e estão expostas a verdadeiras comunidades de utilizadores. É possível consultar datas de lançamento, histórico de atualizações, número de utlizadores, screenshots ou pequenas introduções às funcionalidades. Mais importante que tudo isso, é possível consultar críticas e score atribuído a cada aplicação.
Lançar uma aplicação significa, por isso, estar exposto a uma comunidade vasta e heterogénea, com objectivos e expectativas diferentes. Com dispositivos e usos diferentes. O que pode gerar feedback muito diverso. O sucesso de uma aplicação, que costumamos traduzir apenas pelo número de downloads, passa também por ter utilizadores regulares satisfeitos, e passa por estar presente, ouvir o que eles têm a dizer e fornecer feedback sempre que possível, seja sob a forma de resposta direta a um comentário, seja sob a forma de uma atualização.
Ao longo desta secção, vamos abordar os problemas comuns encontrados pelos profissionais e que se refletem na experiência do utilizador, bem como as soluções reutilizáveis, ou padrões, que encontrámos para eles. Estas práticas são naturalmente dependentes do contexto em que se inserem, embora sejam geralmente agnósticas no que diz respeito a sistemas operativos, dispositivos ou linguagens de programação.
Assim, não vamos expor funcionalidades prontas a ser incorporadas, nem resolver os desafios específicos de cada plataforma, mas vamos explanar as boas práticas que fazem o dia-a-dia da equipa do SAPO.