Acessibilidade para Sites Web: Introdução
Durante muito tempo (e mesmo para algumas pessoas hoje em dia) quando se falava em acessibilidade, apenas se pensava em versões alternativas dos sites em texto para poderem ser lidas por sistemas de leitura de ecrã para invisuais.
A acessibilidade na web é muito mais do que isso. É permitir o acesso à informação de forma universal, para todos os utilizadores, independentemente das suas necessidades especiais.
E quando falamos em necessidades especiais, podemos estar a falar de um invisual, de um surdo, de uma pessoa com paralisia cerebral, ou até mesmo de utilizadores com outro tipo de "deficiências" como por exemplo uma deficiência tecnológica (usa um computador antigo; o rato está avariado) ou uma deficiência temporária (o braço que costumava usar o rato está partido e tem de usar o outro braço).
Assim, existem um conjunto de recomendações de acessibilidade que devem ser seguidas para que o acesso aos conteúdos seja universal e que todos consigam navegar e ler a informação disponível:
- Recomendações WCAG 1.0 (antigas, foram durante muitos anos a norma)
- Recomendações WCAG 2.0 (mais recentes, publicadas em 2008 para substituir as WCAG 1.0)
- Recomendações WAI-ARIA 1.0 para Rich Internet Applications
- Unidade Acesso da Fundação para a Ciência e Tecnologia (inclui artigos, ferramentas e muita documentação sobre acessibilidade em português)
- 20 dicas de HTML e CSS para tornar um website mais acessível sem grande esforço (apresentação feita por um dos membros da equipa UX do SAPO)
Como medir a acessibilidade?
Existem várias ferramentas online que permitem fazer uma verificação inicial de acessibilidade. Todos eles usam ou as WCAG 1.0 ou as WCAG 2.0 como base para mostrar os resultados, por isso o resultado num validador irá ser muito semelhante em outro validador. O que pode variar são as dicas de ajuda e resolução dos problemas que cada validador apresenta.
Uma vez que as WCAG 1.0 já estão obsoletas, recomendamos o uso apenas de validadores que usem as WCAG 2.0 como base. Alguns exemplos de validadores online são:
- Access Monitor - Validador da Fundação para a Ciência e Computação
- WAVE
- AChecker
- Checklist com as regras da W3C
- T.A.W.
- Lista completa de várias ferramentas de acessibilidade
O facto de uma ferramenta automática indicar que o site passa na validação não garante que seja acessível, mas está no bom caminho. O problema é que os validadores automáticos apenas conseguem validar itens que possam ser testados por uma máquina, ou seja, verificam o código HTML e procuram por padrões e problemas conhecidos.
Um validador automático tem mais dificuldades em verificar o contraste entre cores ou se os textos e elementos clicáveis são suficientemente grandes para poderem ser lidos e usados por todos os utilizadores.
Desta forma, sempre que possível, além da validação automática, recomendamos o teste com alguns utilizadores com necessidades especiais de modo a validar se o site é ou não totalmente acessível. Na impossibilidade de recrutar esse tipo de pessoas, podemos testar simulando alguns constrangimentos, como por exemplo:
- Tentar navegar no site usando apenas o teclado;
- Ligar o screen reader (em OS X basta ligar o VoiceOver; em Windows pode-se instalar o NVDA gratuitamente) e tentar navegar com os olhos fechados;
- Usar o site sentado a 1 e 2 metros do ecrã e ver se consegue ler os textos e se consegue navegar nos menus;
- Usar o rato com a mão não dominante e tentar clicar nos links e botões para perceber se utilizadores com mobilidade reduzida conseguiriam usá-los.
Nos capítulos seguintes, vamos listar algumas dicas e recomendações de acessibilidade que permitem tornar os websites mais acessíveis e que são normalmente de fácil implementação.